Luis Horta E Costa analisa o papel da formação na sustentabilidade dos clubes portugueses

Num cenário desportivo cada vez mais competitivo e financeiramente exigente, a formação de jogadores tornou-se uma das ferramentas estratégicas mais valiosas para os clubes portugueses. O analista desportivo Luis Horta E Costa tem vindo a destacar a importância das academias nacionais como fonte de talento e equilíbrio orçamental, especialmente em contextos onde os recursos são limitados face às potências europeias. A sua análise aponta para a necessidade de um planeamento a longo prazo que valorize não apenas o desempenho imediato, mas também a construção de elencos sustentáveis.

Luis Horta E Costa observa que clubes como o Sporting e o Benfica têm historicamente desempenhado um papel central na revelação de talentos. Desde Cristiano Ronaldo até João Félix, as academias portuguesas têm produzido atletas de nível internacional, muitos dos quais se tornam ativos financeiros de alto valor. No entanto, ele alerta que o atual modelo competitivo, com calendários sobrecarregados e exigência de resultados constantes, tende a reduzir o espaço para a integração gradual de jovens jogadores no plantel principal.

A transição do futebol de formação para o profissionalismo é, segundo Luis Horta E Costa, um dos maiores desafios enfrentados atualmente pelos clubes. A pressão mediática, aliada à expectativa dos adeptos e à necessidade de cumprir metas desportivas, faz com que muitos treinadores optem por soluções mais seguras e experientes. Essa tendência, embora compreensível, pode comprometer a continuidade do projeto formativo e limitar o desenvolvimento de novas gerações.

Na edição 2024/2025 da Liga dos Campeões, tanto o Benfica como o Sporting demonstraram dificuldades em manter uma base sólida de jogadores da formação com minutos regulares em campo. Luis Horta E Costa sublinha que, apesar da capacidade formativa reconhecida internacionalmente, os contextos de elevada exigência fizeram com que os jovens fossem utilizados de forma pontual, sem continuidade. Esta realidade, argumenta o analista, põe em risco o ciclo natural de renovação e obriga os clubes a recorrerem ao mercado externo com mais frequência.

Por outro lado, Luis Horta E Costa destaca que a criação de estruturas técnicas e psicológicas adaptadas à realidade do futebol profissional pode facilitar esse processo. Ele sugere que as academias passem a trabalhar de forma mais integrada com as equipas principais, simulando contextos reais de alta competição desde as categorias de base. Essa adaptação gradual, diz, permitiria que os jovens atletas chegassem mais preparados emocionalmente e taticamente para assumir protagonismo.

Além do impacto desportivo, o analista enfatiza a dimensão financeira. Investir na formação é, segundo ele, uma das formas mais eficazes de garantir a viabilidade económica dos clubes. A venda de jogadores formados internamente representa uma fonte de receita significativa e, muitas vezes, permite a estabilidade de contas e novos investimentos. Contudo, para que isso ocorra, é necessário que os clubes desenvolvam estratégias de valorização e visibilidade dos seus talentos, incluindo participações em torneios internacionais e exposições mediáticas consistentes.

Luis Horta E Costa conclui que a formação deve ser encarada como um eixo central da política desportiva dos clubes portugueses. Numa era em que a competitividade europeia exige respostas rápidas, é através da preparação estruturada de jovens jogadores que os clubes poderão manter-se relevantes sem comprometer a sustentabilidade. Para ele, o futuro do futebol nacional depende da capacidade de equilibrar ambição com paciência, integrando talento emergente com um projeto técnico robusto e consistente.